quarta-feira, 14 de maio de 2008

Simbolismo

Simbolismo é a tendência expressiva que, na Europa, domina os anos 80 e 90 do século XIX. Uma corrente artística empenhada em fazer da realidade não visível o mundo da fantasia, dos pensamentos, dos sonhos e da visão, o conteúdo das suas obras.
Exprime uma condição específica do gosto que pretende afirmar nas artes em geral como reacção ao naturalismo, uma acentuada visão do mundo voltada para o conhecimento e a valorização da realidade interior, isto é, uma realidade que se presta mais à evocação do que à descrição.
"De onde Vimos? O que Somos? Para onde Vamos?", de Gauguin

Como disse R. Barili, no simbolismo é possível descobrir-se “uma alma bipolar”, já que este oscila entre o naturalismo e o espiritualismo, entre o que científico e o que é teológico.
Todavia, a dimensão física não se finda, e imprime a sua marca às zonas mais escondidas do espírito, através de um linearismo imprevisível, que descarna totalmente o dado natural,navegando por toda a sua ulterioridade possível, sem conseguir contudo superá-lo.
Para os simbolistas, o tempo estende-se infinitamente, e um linearismo vital, dinâmico, fortemente psíquico reduz a visão do mundo articulada e anedótica a um jogo bidimensional queprivilegia a essência das coisas e conduz ao número.


"Que novidades há?", de Gauguin


Trata-se de uma pintura heterónoma, que se servede motivos religiosos, filosóficos e místicos (atentem no exemplo de Gauguin), para construir uma realidade pictórica, e que nunca alcança a autonomia da cor e da forma – embora plante as bases das novas linguagens que, no futuro, se irão desenvolver pelas vanguardas do século XX.
O repertório linear dos simbolistas, tão enérgico, é adequado para representar iconicamente a vida moderna
.

Nenhum comentário: