quarta-feira, 4 de junho de 2008

Intervenções Urbanas

As manifestações artísticas nos espaços urbanos tem nos chamado a reacender a chama do encantamento pela vida através da arte, cabe portanto ao observar que, atualmente usufruir o livre crescimento das artes, a linguagem das intervenções como instrumento crítico e investigativo para elaboração de valores e identidades das sociedades que tem se apresentado como alternativa aos circuitos oficiais, capaz de proporcionar o acesso direto e de promover um corpo-a-corpo da obra de arte com o público, independente de mercados consumidores ou de complexas e burocratizantes instituições culturais.É fundamental, ver na arte a vida, cotidiano, individualidade, mas ao mesmo tempo características gerais de um povo, de uma época, que sente, que pensa, que protesta, que luta e que deixa sua marca de maneira que enquanto houver alienação humana, haverá assim problemáticas para grandes artistas.Precisamos de um maior comprometimento coletivo para que o ensino da arte atinja os seus objetivos tão essências, à medida que reconhecemos a capacidade do ensino da arte de possibilitar vivencias sensibilizadoras, capazes de tornar os educandos seres mais cientes de seus sentimentos e emoções, auxiliando-o na leitura do mundo, ajudando-o a compreende-lo melhor e a sua história.

Arte Urbana

Grafite anônimo em Porto Alegre, Brasil.

Arte Urbana é o termo utilizado para designar os movimentos artísticos relacionados às intervenções visuais das grandes metrópoles. No início, um movimento underground, com o tempo foi ganhando forma e se estruturando com grafismos ricos em detalhes, que vão do Graffiti ao Estêncil, passando por stickers e cartazes lambe-lambe, também chamados poster-bombs).


quarta-feira, 14 de maio de 2008

Realismo

"O Angelus", de Jean-François Millet

Entre 1830 e 1870, atravessou a cultura francesa uma corrente que se juntou inseparavelmente aos acontecimentos sociais e políticos, à excitação científica, a hábitos e moral renovados.
O realismo ganhou autonomia relativamente às anteriores formas de arte que assentavam em verosimilhanças e surgiu como um movimento historicamente distinto.
Pode dizer-se que a principal característica do movimento realista reside no interesse pelo mundo contemporâneo. Para estes artistas, o único processo de dar forma a uma necessidade expressiva autêntica é obsevar a realidade em que se inserem e reproduzi-la honestamente.
Neste movimento são novidade as teorias perceptivas, os interesses sociais e da concepção da História.
Assim, nesse contexto, podemos ver como é aqui que começam a aparecer as pessoas vulgares entregues às suas actividades diárias, a paisagem urbana, a província rural.
De uma certa perspectiva, desenhou-se o activo compromisso político de um artista como Honoré Daumier que lutava contra a monarquia publicando imagens por si criadas e utilizando para tal a litografia como principal meio de expressão.
Por outro lado, promovida por um grupo de artistas que (em épocas diferentes mas principalmente em 1849) se juntaram em Barbizan, deu-se a fuga à realidade urbana e ao compromisso político que lhe estava associado. Estes teorizaram uma pintura de paisagem em “plein air” e procuraram o contacto com a natureza morta, analisando as suas manifestações.
Rosseau foi um dos mais ilustres dessa escola.
De salientar que tal, também só foi possível porque surgiram as primeiras bisnagas de zinco, que permitiam aos artistas levar para toda a parte pequenas porções de tintas variadas.
Interessaram-se pelo factor da decomposição da luz, nos seus quadros o ar transforma-se num suave véu, a luz numa substância atmosférica que completa todo o espaço pictórico. Com o seu traço solto, distanciaram-se do estilo pictórico liso, adoptado do Classicismo e na época ainda obrigatório nas academias.
Com Jean-François Millet, a pintura é transportada para a autenticidade da vida do homem vulgar.
A adesão de Courbet à vertente ideológica-política do movimento é total e a sua participação no debate crítico de que nascerá a poética realista é de grande importância; a sua pintura tende a reproduzir factos materiais num estilo que não agrada à sensibilidade do público conformista da época.
Em 1867, a 2ª Exposição Universal de Paris é inaugurada num clima muito diferente. Courbet preparou novamente um pavilhão pessoal (como havia feito na primeira), mas já não estava só, muitos o seguiram, como o jovem Manet.
Fora da França o realismo não revelou características tão autênticas e significativas.


"As respigadeiras", de Jean-François Millet

O realismo mostra uma cultura que esgrime a aceitação de uma herança romântica irrenunciável e a necessidade de a superar.
É estranho mas o realismo tem a sua consagração no momento em que o refluxo reaccionário, que se segue à derrota da revolução republicana e ao golpe de Estado de 1851, alcança o auge.

Impressionismo

Ponte Japonesa", de C. Monet

Oficialmente, o impressionismo “viu a luz do dia, na década de 60 do século XIX, ” em Paris. Tendo os seus pilares no naturalismo e sendo continuadora do realismo de Courbet , a pintura impressionista modificou drasticamente a estrutura artística tradicional.

Revolucionou nos seus princípios basilares a forma de exprimir a realidade visível, afastando-a da representação fiel da natureza para reproduzir a verdade perceptiva e sensível.
O impressionismo trouxe, assim, um novo modo de ver a natureza e o mundo exterior , bem como também inovou quanto à forma de os reproduzir na tela com um imediatismo quer temporal quer sensível.


Este grupo de artistas pretende, pois, captar o instante de uma realidade em constante movimento e que, a cada mutação da luz, muda de aspecto e de verdade.
Neste contexto, parece já não fazer sentido o tema escolhido, o que é relevante é o modo como é captado pelo artista naquele preciso momento de luz, e como tal reproduzido na obra.
Experimentaram igualmente profundas inovações técnicas, em busca de novos processos que possam reproduzir melhor a complexidade dos fenómenos naturais da visão e, em particular, a luz solar e as suas infinitas vibrações e refracções, já que a sua finalidade era traduzir pictoricamente a realidade mutável. Então, saíram dos ateliers e pintaram sur le motif , ao ar livre, em harmonia com a natureza.



"Mulher olhando para a esquerda", de Monet

Foram os impressionistas quem primeiro se apercebeu de que a luz solar não é um elemento homogéneo e compacto mas sim construída por uma série de puros valores cromáticos.
Assim, dão “asas” à decomposição das cores, fixando-as directamente na tela, tal como saem do tubo, fragmentando os tons e as pinceladas por forma a obterem melhores vibrações luminosas.

E não se ficaram por aí... Descobriram , ainda, que a sombra não representa ausência de cor, que não é uniformemente escura, e que tem uma intensidade cromática diferente, com matrizes lilases. Este facto levou-os a excluir o preto como não cor. Passaram a utilizá-lo pela sua qualidade cromática autónoma.
Acabaram com o claro-escuro, técnica o mais possível académica, afinal acreditavam que “só à cor é confiada a tarefa de definir o espaço e as fronteiras entre as imagens”. As imagens deixaram de ser delimitadas pela linha de contorno.
Utilizam, particularmente, uma técnica pictórica diluída e cores mais claras.

"Cavalos em Longchamp", de Degas

A expressão mais forte do impressionismo é, decididamente, a pintura de paisagem. Contudo, podemos constatar que a atenção dos artistas também se centra muito nos temas da vida quotidiana e citadina, do qual o trabalho de Degas é um excelente exemplo, com suas lavadeiras, engomadeiras, bailarinas absorvidas pelos ensaios... Cézanne acrescentou-lhe, contudo, a análise do aspecto interior, da essência.

"As grandes banhistas", de Cézanne



Simbolismo

Simbolismo é a tendência expressiva que, na Europa, domina os anos 80 e 90 do século XIX. Uma corrente artística empenhada em fazer da realidade não visível o mundo da fantasia, dos pensamentos, dos sonhos e da visão, o conteúdo das suas obras.
Exprime uma condição específica do gosto que pretende afirmar nas artes em geral como reacção ao naturalismo, uma acentuada visão do mundo voltada para o conhecimento e a valorização da realidade interior, isto é, uma realidade que se presta mais à evocação do que à descrição.
"De onde Vimos? O que Somos? Para onde Vamos?", de Gauguin

Como disse R. Barili, no simbolismo é possível descobrir-se “uma alma bipolar”, já que este oscila entre o naturalismo e o espiritualismo, entre o que científico e o que é teológico.
Todavia, a dimensão física não se finda, e imprime a sua marca às zonas mais escondidas do espírito, através de um linearismo imprevisível, que descarna totalmente o dado natural,navegando por toda a sua ulterioridade possível, sem conseguir contudo superá-lo.
Para os simbolistas, o tempo estende-se infinitamente, e um linearismo vital, dinâmico, fortemente psíquico reduz a visão do mundo articulada e anedótica a um jogo bidimensional queprivilegia a essência das coisas e conduz ao número.


"Que novidades há?", de Gauguin


Trata-se de uma pintura heterónoma, que se servede motivos religiosos, filosóficos e místicos (atentem no exemplo de Gauguin), para construir uma realidade pictórica, e que nunca alcança a autonomia da cor e da forma – embora plante as bases das novas linguagens que, no futuro, se irão desenvolver pelas vanguardas do século XX.
O repertório linear dos simbolistas, tão enérgico, é adequado para representar iconicamente a vida moderna
.

Expressionismo

O Expressionismo corresponde a uma tendência artística da primeira metade do século XX, que realça a experiência subjectiva.
Tem como marca cores e formas expressivas (não realistas) e uma pincelada superficial que nega a perspectiva tridimensional.
Tratou-se de uma renovação radical da psicologia humanas.
Historicamente, o expressionismo teve o seu berço e propagou-se nos países de língua alemã entre 1900 e 1910, e rapidamente envolveu outras nações do Ocidente europeu.
O Expressionismo reflecte, à priori, a crise de valores que a Europa do capitalismo teve de enfrentar.

"A filha do povo ", de Modigliani

O sentimento da “perda da tradição”notou-se imediatamente no plano da linguagem. Especialmente, nas artes figurativas, a vanguarda propôs-se a recuperar as linguagens “primitivas”, achando-as mais eficazes para a expressão directa do mal-estar comum.

A arte expressionista entregou-se, então, a uma profunda incongruência: a que existe entre o significante utilizado e o conteúdo expresso.
A imagem foi simplificada, deformada, brutalizada, chegando a remeter-se para modelos arcaicos ou infantis, mas sempre “regressivos”. Por outro lado, a temática abrangida foi a da actualidade, afinal o seu objectivo último era “apontar o dedo” à civilização moderna e à burguesia.

Já que para os expressionistas a imagem pictórica era por si mesmo estática, baseavam-se numa questão fulcral: ” sendo assim, essa alguma vez poderá chegar a representar o movimento imparável que nos rodeia?”. Por oposição, estes artistas seguiram
a cor violenta e a linha quebrada.
No fundo, eles não negaram as formas do mundo exterior, mas a subversão dos princípios harmónicos da arte. A linguagem não desapareceu, inverteu-se

Marcella ", de Kirchner


Digamos que a segunda fase da vanguarda expressionista foi representada pela formação russo-bávora . Com estes pintores o subjectivismo anárquico transformou-se em dimensão lírica da cor, os temas sociais “modernos” foram substituídos pela nostálgica reconquista da pureza da natureza, ou pela emoção livre da superfície abstracta.
Assim, este movimento abriu-se a evoluções que foram muito além do primeiro grupo e de um certo momento histórico.


"Modelo junto a cadeirão de vime", de Munch

Sconberg levou a cabo, a partira de 1912, uma desestruturação das normas da tonalidade, e assim confirmou o carácter único de uma experiência que se revelou insubstituível para a cultura do século XX

“Vanguarda”




Pormenor de "As meninas de Avinhão", de Picasso (cubismo)

Segundo os historiadores Vanguarda é uma forma precisa de conceber e praticar a actividade artística.
"Equilibrista da bola", de Picasso (para lá das vanguardas)

Essa, é uma característica de uma grande parte da obra do século XX e dá primazia à abordagem revolucionária, renunciando a “tradição” como referência obrigatória.

"A Aluna", de Sironi (para lá das vanguardas)

Cronologicamente falando, é possível fazer a distinção entre a vanguarda histórica, situada nos três primeiros decénios do século (e formada pelo expressionismo, cubismo, futurismo, abstraccionismo, dadaísmo , construtivismo e surrealismo) e uma nova vanguarda, que, no segundo pós guerra tenta renovar o seu valor pro-positivismo (arte conceptual, minimalismo, arte pobre, etc.).

"Estudo a partir do retrato do Papa Inocêncio X de Velázquez ", de F . Bacon (informalismo)

“Vanguarda” é uma expressão que também pode ser utilizada para referir grupos de artistas que se encontram adiantados em relação ao seu tempo, que pronunciam o futuro e que antecipam sobre tendências posteriores.


"Visões Simultâneas", de Boccioni (futurismo)

"A persistência da memória", de S. Dalí (surrealismo)

"Lata de sopa Campbell ", de Andy Wharhol (pop art )

segunda-feira, 21 de abril de 2008

BARROCO BRASILEIRO



O barroco foi o movimento artístico mais importante do Brasil colonial, colocando em ascensão o catolicismo e a fé.
O movimento brasileiro, influenciado pelo barroco português, apresentou suas próprias características, pois diferente da realidade portuguesa de luxo e pompa da aristocracia, o Brasil vivia uma realidade de violência, em que se perseguiam os índios e escravizavam os negros.No Brasil, o barroco ganhou impulso entre 1720 e 1750, momento em que várias academias literárias foram fundadas por todo o país. A obra Prosopopéia de Bento Teixeira, marca o início do barroco no Brasil. O centro de riqueza da época era Minas Gerais, e foi lá que a produção artística, ligada à igreja, se concentrou. O arquiteto, entalhador e escultor Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, foi o grande representante dessa tendência nas artes plásticas, o estilo rococó predominava em suas esculturas de materiais típicos nacionais, como a madeira e pedra-sabão.

A Pintura Barroca
No barroco, a pintura é inquietante e altamente espiritualizada. Os pintores barrocos enfatizaram novos e sugestivos métodos de composição. Usaram técnicas tais como figuras desproporcionais ante a perspectiva e desenhos que eram intencionalmente assimétricos. Esses artistas interessavam-se mais em captar a idéia de espaço e movimento do que apresentar formas individuais como a última perfeição. Miguel Ângelo, Caravaggio e Annibale Carraci foram pintores barrocos de grande nome. Petrus Paulus Rubens, de Flandres (hoje pertence à Bélgica), foi o líder da pintura barroca no norte. Os pintores espanhóis El Greco e Diego Valázquez acrescentaram elementos fortes e sombrios ao movimento. Como a arquitetura, a pintura barroca francesa do período conservou sobretudo qualidades clássicas, por exemplo nas obras de Nicolas Poussin e Claude -século XVII. No Brasil, destacam-se os trabalhos de Manuel da Costa Ataíde e Francisco Xavier Carneiro, em Minas Gerais, e as pinturas alegóricas de Pernambuco (Recife e Olinda), onde os temas religiosos se mesclavam a elementos profanos alusivos à invasão holandesa a às lutas contra os ocupantes.


ESCULTURA BARROCA
A escultura barroca caracterizou-se pela idéia de grande atividade e movimento. Esta impressão foi criada pela combinação cuidadosa de massa e espaço, e o recurso a novos materiais, tais como estuque e gesso. Foram especialmente imaginativas as esculturas barrocas alemã e austríaca. Na Itália, Gian Lourenzo Bernini executou fontes e retábulos de altares, Os escultores do barroco brasileiro usaram quase sempre como material de trabalho a madeira e a pedra-sabão - abundante na região mineira -, criando belíssimos púlpitos, talhas em altares-mores, pedestais, nichos, pias batismais e imagens. Por vários motivos, o clímax do desenho barroco pode ser visto na criação de vastos jardins, como os do palácio de Versalhes, onde o homem parecia ser o controlador absoluto da natureza. Os jardins barrocos realçaram o lado dramático do uso da água em cascatas, fontes e canais.

ARTE ACADÊMICA NEOCLASSICISMO NO BRASIL

Em 1808, a Família Real e a Corte Portuguesa transferiam-se para o Brasil e a partir daí teríamos uma enorme mudança nos rumos que a arte brasileira seguia até então. Enfrentando problemas políticos após a queda de Napoleão, um grupo de artistas franceses freta um navio e se dirige ao Brasil. Em 1816 chega a então denominada Missão Artística Francesa, um grupo de artistas e artífices franceses de formação neoclássica que iriam exercer uma profunda influência na pintura brasileira da metade do Século 19, até praticamente a Semana da Arte Moderna de 1922. Na Missão Artística Francesa encontravam-se artistas como Nicolas-Antoine Taunay e Jean Baptiste Debret. Este último, em 1826, instalava a Academia Imperial de Belas-Artes no Rio de Janeiro e três anos depois eram abertas as primeiras exposições oficiais de arte brasileira. Pela primeira vez, chegava ao país um estilo artístico sem defasagem com o que estava acontecendo na Europa: o neoclassicismo. Seu prestígio, tanto pela "modernidade" quanto por ter caráter de arte oficial foi enorme.

Movimento cultural do fim do século XVIII, o Neoclassicismo está identificado com a retomada da cultura clássica por parte da Europa Ocidental em reação ao estilo barroco. No entanto, o Neoclassicismo propõe a discussão dos valores clássicos, em contraposição ao Classicismo renacentista, que apenas replicava os princípios antigos sem críticas aprofundadas. A concepção de um ideal de beleza eterno e imutável não se sustenta mais. Para os neoclassicistas, os princípios da era clássica deveriam ser adaptados à realidade moderna.


ARTE ACADÊMICA

A pintura com rigor formal


Os termos academicismo e academismo, ou ainda, arte acadêmica, denominam um estilo artístico europeu que existiu entre os séculos 17 e 19, caracterizado pela tentativa de manter com rigor as regras formais, estéticas e técnicas do estilo das academias de arte.


Beleza idealUma das características gerais da pintura acadêmica é seguir os padrões de beleza da Academia de Belas Artes, ou seja, o artista não deve imitar a realidade, mas tentar recriar a beleza ideal em suas obras. Sim, a idéia foi retratar o fato como grandioso, com o intuito de enaltecer o Império e o nacionalismo - o Brasil havia proclamado sua independência havia pouco tempo.O academismo, importado da Europa, dominou as artes plásticas no Brasil até o início do século 20. Por isso, prevaleciam temas históricos e mitológicos nas pinturas daquele período, temas típicos do neoclassicismo.O centro de referência do movimento e a referência histórica mais importante no país era a então Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro, que foi inaugurada em 1826 pelos artistas da Missão Artística Francesa.Os principais artistas acadêmicos são:
Pedro Américo de Figueiredo e Melo: Sua pintura abrangeu temas bíblicos e históricos, mas também realizou retratos imponentes, como o de dom Pedro 2o na Abertura da Assembléia Geral, que é parte do acervo do Museu Imperial de Petrópolis (RJ). Mas a sua obra mais conhecida é mesmo "O Grito do Ipiranga".
Vitor Meireles de Lima: Em 1861, produziu em Paris a sua obra mais famosa, "A Primeira Missa no Brasil". No ano seguinte, já em nosso país, pintou "Moema", que retrata a personagem indígena do poema "Caramuru", de Santa Rita Durão. Os temas preferidos de Meireles eram os históricos, os bíblicos e os retratos.
José Ferraz de Almeida Júnior: é considerado por alguns críticos o mais brasileiro dos pintores nacionais do século 19. Suas obras retratam temas históricos, religiosos e regionalistas. Além disso produziu retratos, paisagens e composições. Suas obras mais conhecidas são: "Caipira Picando Fumo", "O Violeiro" e "Leitura".

quinta-feira, 17 de abril de 2008

ARTE BRASILEIRA

É o termo utilizado para designar toda e qualquer forma de expressão artística produzida no Brasil, desde a época pré-colonial até os dias de hoje.

Dentro dessa ampla definição, estão desde as primeiras produções artísticas da pré-história brasileira, as diversas formas de manifestações culturais indígenas.



As mais importantes pinturas rupestres do Brasil:
· PEDRA PINTADA (PA), aqui, em 1996, a arqueóloga americana Anna Rosevelt achou pinturas com cerca de 11.000 anos.
· PERUAÇU (MG), tem vários estilos de pinturas entre 2.000 a 10.000 anos. Exibe espetaculares desenhos geométricos.
· LAGOA SANTA (MG), suas pinturas de animais, conhecidas desde 1834, têm entre 2.000 e 10.000 anos de idade.
· SÃO RAIMUNDO NONATO (PI), segundo Niède Guindon, da Universidade Estadual de Campinas, possui vestígios humanos de 40.000 anos e pinturas de 15.000 anos.

OBS: A tinta de pedra é feita de cacos de minério que forneciam as cores para as pinturas rupestres: os artistas raspavam as pedras para arrancar os pigmentos coloridos, o vermelho e o amarelo vinham do minério de ferro, o preto, do manganês. Misturado com cera de abelha ou resina de árvores o pigmento virava tinta.


ARTE INDIGENA

O assunto é complexo e, a despeito da inadequação do termo, muitas obras indígenas têm impactado a sensibilidade e/ou a curiosidade do “homem branco” desde o século XVI, época em que os europeus aportaram nas terras habitadas pelos ameríndios. Nesse período, objetos confeccionados por esses povos eram colecionados por reis e nobres como espécimes “raros” de culturas “exóticas” e “longínquas”.
Até hoje, uma certa concepção museológica dos artefatos indígenas continua a vigorar no senso comum. Para muitos, essas obras constituem “artesanato”, considerado uma arte menor, cujo artesão apenas repete o mesmo padrão tradicional sem criar nada novo. Tal perspectiva desconsidera que a produção não paira acima do tempo e da dinâmica cultural. Ademais, a plasticidade das obras resulta da confluência de concepções e inquietações coletivas e individuais, apesar de não privilegiar este último aspecto, como ocorre na arte ocidental.
Confeccionados para uso cotidiano ou ritual, a produção de elementos decorativos não é indiscriminada, podendo haver restrições de acordo com categorias de sexo, idade e posição social. Exige ainda conhecimentos específicos acerca dos materiais empregados, das ocasiões adequadas para a produção etc.As formas de manipular pigmentos, plumas, fibras vegetais, argila, madeira, pedra e outros materiais conferem singularidade à produção ameríndia, diferenciando-a da arte ocidental, assim como da produção africana ou asiática. Entretanto, não se trata de uma “arte indígena”, e sim de “artes indígenas”, já que cada povo possui particularidades na sua maneira de se expressar e de conferir sentido às suas produções.
Os suportes de tais expressões transcendem as peças exibidas nos museus e feiras (cuias, cestos, cabaças, redes, remos, flechas, bancos, máscaras, esculturas, mantos, cocares....), uma vez que o corpo humano é pintado, escarificado e perfurado; assim como o são construções rochosas, árvores e outras formações naturais; sem contar a presença crucial da dança e da música.
Em todos esses casos, a ordem estética está vinculada a outros domínios do pensamento, constituindo meios de comunicação – entre homens, entre povos e entre mundos – e modos de conceber, compreender e refletir a ordem social e cosmológica.

ARTE NO BRASIL COLONIAL

No Brasil colonial a arte em geral girava em torno da Igreja Católica e dos cultos religiosos. É bem conhecida a presença, no Brasil, de religiosos europeus, como os jesuítas, franciscanos e beneditinos, os quais vieram ao país para catequizar seus habitantes. Alguns deles tinham experiência em pintura, escultura e arquitetura, adquirida no velho continente. Foram eles os primeiros a realizar obras artísticas no país e a recrutar artesãos e artífices para a decoração de suas construções. Os artistas do período costumavam ser autodidatas ou então eram orientados por esses religiosos, nos moldes da tradição ibérica. Com esse esforço, a pintura começa a aparecer nas construções nordestinas, principalmente em Salvador, cidade que era na época a sede do Governo.
Os pintores do príncipe

A ocupação holandesa em Pernambuco, no século XVII traz artistas como pintores e naturalistas ao país que iriam, pela primeira vez, registrar a natureza brasileira. O conde de Nassau, que aqui permaneceu entre 1637 e 1644 foi o responsável por grandes projetos de urbanização na cidade de Recife e trouxe com ele artistas holandeses como Franz Post e Eckhout.Entretanto, apesar de a ocupação holandesa e da estada desses pintores no Brasil ser considerada como de grande importância no Século 17, seu papel foi apenas de registro de paisagens e costumes. Com efeito, tratou-se de um acontecimento isolado e os pintores que por aqui passaram não deixaram aprendizes ou começaram alguma tradição que pudesse dar continuidade aos seus trabalhos. Em resumo, não moveram uma palha em favor da arte local e sequer podem ser considerados como pintores do Brasil, pois sua passagem por aqui deu-se tão somente como agentes de um país invasor, e retornando à sua terra antes mesmo que cessasse tal invasão. Não se pode deixar de destacar, contudo, que foram possivelmente as primeiras manifestações de pintura efetivamente fora do domínio religioso.
A arte regionalizada

No Século 18, a pintura tem maior desenvolvimento, principalmente devido à concentração de artistas em centros que então se desenvolviam, como Rio de Janeiro, Salvador e Vila Rica (atual Ouro Preto). A partir de então pode-se falar em escolas distintas no país, como a fluminense, com pintores como José de Oliveira Rosa, Leandro Joaquim, com seus retratos e representações da cidade do Rio de Janeiro e Manuel da Cunha, com suas pinturas religiosas e retratos. Ainda no Rio de Janeiro, em 1732, Caetano da Costa Coelho começa a realizar na Capela-Mor da Igreja da Ordem 3ª de São Francisco da Penitência aquela que seria a primeira pintura perspectivista do Brasil. Em Salvador, na então escola baiana do Século 18, vivia-se a transição do barroco ao rococó e nela eram típicas principalmente pinturas de perspectiva ilusionista. Destacam-se nesse período, José Joaquim da Rocha, como teto da Igreja de N. Senhora da Conceição da Praia, considerada uma das obras-primas da pintura barroca brasileira (1773).
As artes nas Minas Gerais

A mais famosa dessas "escolas", entretanto, é a escola mineira, extremamente valorizada pela sua originalidade. O ciclo da mineração possibilitou a concentração de riquezas em Minas Gerais e a transformação de algumas cidades mineiras em verdadeiros centros urbanos da colôni. A primeira pintura de teto em Minas Gerais é realizada por Antonio Rodrigues Belo, em 1755, na capela-mor da matriz de Nossa Senhora de Nazaré, em Cachoeira do Campo. A partir de então Minas avança como ativo centro artístico nacional. O estilo dos artistas mineiros de então era o barroco com forte presença do rococó, sem contudo deixar de lado as formas brasileira. O escultor Aleijadinho, um dos principais nomes de nossa arte, talvez seja o nome mais conhecido dessa escola. Na pintura destaca-se principalmente Manuel da Costa Ataíde. Outros pintores mineiros do período foram Manuel Rebelo e Souza e Bernardo Pires, João Nepomuceno Correia e Castro, entre outros. Ainda no século XVIII, fora desses centros, destaca-se João de Deus Sepúlveda com sua pintura "São Pedro Abençoando o Mundo Católico", em Recife, na Igreja de São Pedro dos Clérigos. Em 1800 há a primeira iniciativa de ensino de arte no país com a Aula Pública de Desenho e Figura, no Rio de Janeiro e seu regente, Manuel de Oliveira.