segunda-feira, 21 de abril de 2008

BARROCO BRASILEIRO



O barroco foi o movimento artístico mais importante do Brasil colonial, colocando em ascensão o catolicismo e a fé.
O movimento brasileiro, influenciado pelo barroco português, apresentou suas próprias características, pois diferente da realidade portuguesa de luxo e pompa da aristocracia, o Brasil vivia uma realidade de violência, em que se perseguiam os índios e escravizavam os negros.No Brasil, o barroco ganhou impulso entre 1720 e 1750, momento em que várias academias literárias foram fundadas por todo o país. A obra Prosopopéia de Bento Teixeira, marca o início do barroco no Brasil. O centro de riqueza da época era Minas Gerais, e foi lá que a produção artística, ligada à igreja, se concentrou. O arquiteto, entalhador e escultor Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, foi o grande representante dessa tendência nas artes plásticas, o estilo rococó predominava em suas esculturas de materiais típicos nacionais, como a madeira e pedra-sabão.

A Pintura Barroca
No barroco, a pintura é inquietante e altamente espiritualizada. Os pintores barrocos enfatizaram novos e sugestivos métodos de composição. Usaram técnicas tais como figuras desproporcionais ante a perspectiva e desenhos que eram intencionalmente assimétricos. Esses artistas interessavam-se mais em captar a idéia de espaço e movimento do que apresentar formas individuais como a última perfeição. Miguel Ângelo, Caravaggio e Annibale Carraci foram pintores barrocos de grande nome. Petrus Paulus Rubens, de Flandres (hoje pertence à Bélgica), foi o líder da pintura barroca no norte. Os pintores espanhóis El Greco e Diego Valázquez acrescentaram elementos fortes e sombrios ao movimento. Como a arquitetura, a pintura barroca francesa do período conservou sobretudo qualidades clássicas, por exemplo nas obras de Nicolas Poussin e Claude -século XVII. No Brasil, destacam-se os trabalhos de Manuel da Costa Ataíde e Francisco Xavier Carneiro, em Minas Gerais, e as pinturas alegóricas de Pernambuco (Recife e Olinda), onde os temas religiosos se mesclavam a elementos profanos alusivos à invasão holandesa a às lutas contra os ocupantes.


ESCULTURA BARROCA
A escultura barroca caracterizou-se pela idéia de grande atividade e movimento. Esta impressão foi criada pela combinação cuidadosa de massa e espaço, e o recurso a novos materiais, tais como estuque e gesso. Foram especialmente imaginativas as esculturas barrocas alemã e austríaca. Na Itália, Gian Lourenzo Bernini executou fontes e retábulos de altares, Os escultores do barroco brasileiro usaram quase sempre como material de trabalho a madeira e a pedra-sabão - abundante na região mineira -, criando belíssimos púlpitos, talhas em altares-mores, pedestais, nichos, pias batismais e imagens. Por vários motivos, o clímax do desenho barroco pode ser visto na criação de vastos jardins, como os do palácio de Versalhes, onde o homem parecia ser o controlador absoluto da natureza. Os jardins barrocos realçaram o lado dramático do uso da água em cascatas, fontes e canais.

ARTE ACADÊMICA NEOCLASSICISMO NO BRASIL

Em 1808, a Família Real e a Corte Portuguesa transferiam-se para o Brasil e a partir daí teríamos uma enorme mudança nos rumos que a arte brasileira seguia até então. Enfrentando problemas políticos após a queda de Napoleão, um grupo de artistas franceses freta um navio e se dirige ao Brasil. Em 1816 chega a então denominada Missão Artística Francesa, um grupo de artistas e artífices franceses de formação neoclássica que iriam exercer uma profunda influência na pintura brasileira da metade do Século 19, até praticamente a Semana da Arte Moderna de 1922. Na Missão Artística Francesa encontravam-se artistas como Nicolas-Antoine Taunay e Jean Baptiste Debret. Este último, em 1826, instalava a Academia Imperial de Belas-Artes no Rio de Janeiro e três anos depois eram abertas as primeiras exposições oficiais de arte brasileira. Pela primeira vez, chegava ao país um estilo artístico sem defasagem com o que estava acontecendo na Europa: o neoclassicismo. Seu prestígio, tanto pela "modernidade" quanto por ter caráter de arte oficial foi enorme.

Movimento cultural do fim do século XVIII, o Neoclassicismo está identificado com a retomada da cultura clássica por parte da Europa Ocidental em reação ao estilo barroco. No entanto, o Neoclassicismo propõe a discussão dos valores clássicos, em contraposição ao Classicismo renacentista, que apenas replicava os princípios antigos sem críticas aprofundadas. A concepção de um ideal de beleza eterno e imutável não se sustenta mais. Para os neoclassicistas, os princípios da era clássica deveriam ser adaptados à realidade moderna.


ARTE ACADÊMICA

A pintura com rigor formal


Os termos academicismo e academismo, ou ainda, arte acadêmica, denominam um estilo artístico europeu que existiu entre os séculos 17 e 19, caracterizado pela tentativa de manter com rigor as regras formais, estéticas e técnicas do estilo das academias de arte.


Beleza idealUma das características gerais da pintura acadêmica é seguir os padrões de beleza da Academia de Belas Artes, ou seja, o artista não deve imitar a realidade, mas tentar recriar a beleza ideal em suas obras. Sim, a idéia foi retratar o fato como grandioso, com o intuito de enaltecer o Império e o nacionalismo - o Brasil havia proclamado sua independência havia pouco tempo.O academismo, importado da Europa, dominou as artes plásticas no Brasil até o início do século 20. Por isso, prevaleciam temas históricos e mitológicos nas pinturas daquele período, temas típicos do neoclassicismo.O centro de referência do movimento e a referência histórica mais importante no país era a então Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro, que foi inaugurada em 1826 pelos artistas da Missão Artística Francesa.Os principais artistas acadêmicos são:
Pedro Américo de Figueiredo e Melo: Sua pintura abrangeu temas bíblicos e históricos, mas também realizou retratos imponentes, como o de dom Pedro 2o na Abertura da Assembléia Geral, que é parte do acervo do Museu Imperial de Petrópolis (RJ). Mas a sua obra mais conhecida é mesmo "O Grito do Ipiranga".
Vitor Meireles de Lima: Em 1861, produziu em Paris a sua obra mais famosa, "A Primeira Missa no Brasil". No ano seguinte, já em nosso país, pintou "Moema", que retrata a personagem indígena do poema "Caramuru", de Santa Rita Durão. Os temas preferidos de Meireles eram os históricos, os bíblicos e os retratos.
José Ferraz de Almeida Júnior: é considerado por alguns críticos o mais brasileiro dos pintores nacionais do século 19. Suas obras retratam temas históricos, religiosos e regionalistas. Além disso produziu retratos, paisagens e composições. Suas obras mais conhecidas são: "Caipira Picando Fumo", "O Violeiro" e "Leitura".

quinta-feira, 17 de abril de 2008

ARTE BRASILEIRA

É o termo utilizado para designar toda e qualquer forma de expressão artística produzida no Brasil, desde a época pré-colonial até os dias de hoje.

Dentro dessa ampla definição, estão desde as primeiras produções artísticas da pré-história brasileira, as diversas formas de manifestações culturais indígenas.



As mais importantes pinturas rupestres do Brasil:
· PEDRA PINTADA (PA), aqui, em 1996, a arqueóloga americana Anna Rosevelt achou pinturas com cerca de 11.000 anos.
· PERUAÇU (MG), tem vários estilos de pinturas entre 2.000 a 10.000 anos. Exibe espetaculares desenhos geométricos.
· LAGOA SANTA (MG), suas pinturas de animais, conhecidas desde 1834, têm entre 2.000 e 10.000 anos de idade.
· SÃO RAIMUNDO NONATO (PI), segundo Niède Guindon, da Universidade Estadual de Campinas, possui vestígios humanos de 40.000 anos e pinturas de 15.000 anos.

OBS: A tinta de pedra é feita de cacos de minério que forneciam as cores para as pinturas rupestres: os artistas raspavam as pedras para arrancar os pigmentos coloridos, o vermelho e o amarelo vinham do minério de ferro, o preto, do manganês. Misturado com cera de abelha ou resina de árvores o pigmento virava tinta.


ARTE INDIGENA

O assunto é complexo e, a despeito da inadequação do termo, muitas obras indígenas têm impactado a sensibilidade e/ou a curiosidade do “homem branco” desde o século XVI, época em que os europeus aportaram nas terras habitadas pelos ameríndios. Nesse período, objetos confeccionados por esses povos eram colecionados por reis e nobres como espécimes “raros” de culturas “exóticas” e “longínquas”.
Até hoje, uma certa concepção museológica dos artefatos indígenas continua a vigorar no senso comum. Para muitos, essas obras constituem “artesanato”, considerado uma arte menor, cujo artesão apenas repete o mesmo padrão tradicional sem criar nada novo. Tal perspectiva desconsidera que a produção não paira acima do tempo e da dinâmica cultural. Ademais, a plasticidade das obras resulta da confluência de concepções e inquietações coletivas e individuais, apesar de não privilegiar este último aspecto, como ocorre na arte ocidental.
Confeccionados para uso cotidiano ou ritual, a produção de elementos decorativos não é indiscriminada, podendo haver restrições de acordo com categorias de sexo, idade e posição social. Exige ainda conhecimentos específicos acerca dos materiais empregados, das ocasiões adequadas para a produção etc.As formas de manipular pigmentos, plumas, fibras vegetais, argila, madeira, pedra e outros materiais conferem singularidade à produção ameríndia, diferenciando-a da arte ocidental, assim como da produção africana ou asiática. Entretanto, não se trata de uma “arte indígena”, e sim de “artes indígenas”, já que cada povo possui particularidades na sua maneira de se expressar e de conferir sentido às suas produções.
Os suportes de tais expressões transcendem as peças exibidas nos museus e feiras (cuias, cestos, cabaças, redes, remos, flechas, bancos, máscaras, esculturas, mantos, cocares....), uma vez que o corpo humano é pintado, escarificado e perfurado; assim como o são construções rochosas, árvores e outras formações naturais; sem contar a presença crucial da dança e da música.
Em todos esses casos, a ordem estética está vinculada a outros domínios do pensamento, constituindo meios de comunicação – entre homens, entre povos e entre mundos – e modos de conceber, compreender e refletir a ordem social e cosmológica.

ARTE NO BRASIL COLONIAL

No Brasil colonial a arte em geral girava em torno da Igreja Católica e dos cultos religiosos. É bem conhecida a presença, no Brasil, de religiosos europeus, como os jesuítas, franciscanos e beneditinos, os quais vieram ao país para catequizar seus habitantes. Alguns deles tinham experiência em pintura, escultura e arquitetura, adquirida no velho continente. Foram eles os primeiros a realizar obras artísticas no país e a recrutar artesãos e artífices para a decoração de suas construções. Os artistas do período costumavam ser autodidatas ou então eram orientados por esses religiosos, nos moldes da tradição ibérica. Com esse esforço, a pintura começa a aparecer nas construções nordestinas, principalmente em Salvador, cidade que era na época a sede do Governo.
Os pintores do príncipe

A ocupação holandesa em Pernambuco, no século XVII traz artistas como pintores e naturalistas ao país que iriam, pela primeira vez, registrar a natureza brasileira. O conde de Nassau, que aqui permaneceu entre 1637 e 1644 foi o responsável por grandes projetos de urbanização na cidade de Recife e trouxe com ele artistas holandeses como Franz Post e Eckhout.Entretanto, apesar de a ocupação holandesa e da estada desses pintores no Brasil ser considerada como de grande importância no Século 17, seu papel foi apenas de registro de paisagens e costumes. Com efeito, tratou-se de um acontecimento isolado e os pintores que por aqui passaram não deixaram aprendizes ou começaram alguma tradição que pudesse dar continuidade aos seus trabalhos. Em resumo, não moveram uma palha em favor da arte local e sequer podem ser considerados como pintores do Brasil, pois sua passagem por aqui deu-se tão somente como agentes de um país invasor, e retornando à sua terra antes mesmo que cessasse tal invasão. Não se pode deixar de destacar, contudo, que foram possivelmente as primeiras manifestações de pintura efetivamente fora do domínio religioso.
A arte regionalizada

No Século 18, a pintura tem maior desenvolvimento, principalmente devido à concentração de artistas em centros que então se desenvolviam, como Rio de Janeiro, Salvador e Vila Rica (atual Ouro Preto). A partir de então pode-se falar em escolas distintas no país, como a fluminense, com pintores como José de Oliveira Rosa, Leandro Joaquim, com seus retratos e representações da cidade do Rio de Janeiro e Manuel da Cunha, com suas pinturas religiosas e retratos. Ainda no Rio de Janeiro, em 1732, Caetano da Costa Coelho começa a realizar na Capela-Mor da Igreja da Ordem 3ª de São Francisco da Penitência aquela que seria a primeira pintura perspectivista do Brasil. Em Salvador, na então escola baiana do Século 18, vivia-se a transição do barroco ao rococó e nela eram típicas principalmente pinturas de perspectiva ilusionista. Destacam-se nesse período, José Joaquim da Rocha, como teto da Igreja de N. Senhora da Conceição da Praia, considerada uma das obras-primas da pintura barroca brasileira (1773).
As artes nas Minas Gerais

A mais famosa dessas "escolas", entretanto, é a escola mineira, extremamente valorizada pela sua originalidade. O ciclo da mineração possibilitou a concentração de riquezas em Minas Gerais e a transformação de algumas cidades mineiras em verdadeiros centros urbanos da colôni. A primeira pintura de teto em Minas Gerais é realizada por Antonio Rodrigues Belo, em 1755, na capela-mor da matriz de Nossa Senhora de Nazaré, em Cachoeira do Campo. A partir de então Minas avança como ativo centro artístico nacional. O estilo dos artistas mineiros de então era o barroco com forte presença do rococó, sem contudo deixar de lado as formas brasileira. O escultor Aleijadinho, um dos principais nomes de nossa arte, talvez seja o nome mais conhecido dessa escola. Na pintura destaca-se principalmente Manuel da Costa Ataíde. Outros pintores mineiros do período foram Manuel Rebelo e Souza e Bernardo Pires, João Nepomuceno Correia e Castro, entre outros. Ainda no século XVIII, fora desses centros, destaca-se João de Deus Sepúlveda com sua pintura "São Pedro Abençoando o Mundo Católico", em Recife, na Igreja de São Pedro dos Clérigos. Em 1800 há a primeira iniciativa de ensino de arte no país com a Aula Pública de Desenho e Figura, no Rio de Janeiro e seu regente, Manuel de Oliveira.